Os homens arrasaram no SPFW

O Pesponto foi ao SPFW conferir as novidades em moda masculina para saber mais sobre as tendências e encontrou o instagrammer John Drops, que vive em busca de modelitos para chamar de seus, seja lá aonde eles estiverem. “Amiga, quando eu tenho dificuldade, eu mando fazer. Compro o tecido mais barato, pego a costureira do lado de casa e faço uma roupa, como essa que eu fiz’’. Para ele, o papel primordial da moda é esse, o de ser a expressão de si próprio. “O jeito que você se veste é o jeito que você pensa nas coisas e que você se comunica com o mundo.’’, diz.

 

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Instagrammer John Drops, à esq., destaca que manda fazer as roupas que deseja e Jeferson Gustavo acha certo para todo mundo se vestir bem e se sentir bem. Foto: Isabella Puccini

A moda masculina no Brasil sempre foi considerada um tabú. Mas essa indústria vem crescendo e na última edição do SPFW ficou claro o espaço que a moda masculina mais ousada já conseguiu. O influenciador Radamés Keller ressalta: “Hoje em dia, perdeu-se aquela coisa ‘ah, homem só usa azul e cor escura, enquanto mulher usa cor clara. O homem usa rosa e vemos os meninos vestindo saia escocesa nos grandes festivais. Eu acho que, graças a Deus, o homem está tendo muito mais opções para se vestir. ”.

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Radamés Keller, à esq., opina que o homem está tendo muito mais opções para se vestir; Arthur Moreno destaca que as marcas não vão produzir peças mais diferentes, sendo que a sociedade continua machista; Alan Gabriel, à dir., afirma que esse SPFW trouxe muitas marcas legais e unissex. Foto: Isabella Puccini

O modelo Alan Gabriel fala que esse último SPFW mostrou muitas marcas legais, com roupas unissex e diferenciadas. “João Pimenta (estilista), que retomou sua produção voltada para a moda masculina, se tornou nosso novo queridinho”, diz Armando Neto.

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Armando Neto posa na entrada do Pavilhão das Culturas Brasileiras, dentro do Parque Ibirapuera, onde aconteceram os desfiles. Foto: Isabella Puccini

Ainda assim, por mais que esteja em visível crescimento, essa indústria tem muito o que evoluir. Fernando Escarião, youtuber e instagrammer, diz que ainda acha a moda masculina muito séria. “Eles fazem pensando no homem mais masculino do mundo, e eu acho que dá para brincar muito com a moda. Na rua, a galera não tem tanta coragem de colocar sua identidade para fora, de misturar as peças e ser uma coisa mais agênero.” O modelo Jeferson Gustavo concorda: “Acho certo pra todo mundo se vestir bem e se sentir bem.”

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Fernando Escarião, à esq., critica a moda masculina muito séria; Gabriel Henrique lamenta a variedade restrita. Foto: Isabella Puccini

O machismo ainda presente na sociedade brasileira afeta diretamente a moda masculina. “Não faz sentido uma marca vender uma roupa muito diferente sendo que a sociedade ainda é machista e que o homem não pode usar isso e aquilo. Ela vai lançar aquilo que vai vender”, diz o influencer digital Arthur Moreno. Mas o homem moderno está conseguindo assimilar cada vez mais o que é moda e como expressar sua identidade por meio dela, mesmo diante das restrições em relação às opções no mercado. O booker de modelo Gabriel Henrique diz que ama variedades e achados de brechó. “Sempre procuro coisas bem diferentes.”, comenta.

Texto: Ana Paula Moreira e Isabella Trevisan Puccini

Edição: Carol Brandileone

 

 

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