O mundo das drag queens é muito rico e diversificado, principalmente em relação à moda. As maquiagens e roupas são femininas, coloridas e diferentes. A pioneira Ru Paul Charles, por exemplo, foi a primeira drag queen a assinar uma linha de cosméticos, em 1994. Ela lançou a clássica Viva Glam, da MAC, que tem sua renda revertida em pesquisas para a AIDS.
Entrevistamos algumas drags para contarem melhor suas experiências. Confira com exclusividade nossas entrevistas com Alexis Mateo, Kelly Mantle e Rita Von Hunty:

Pesponto em Pauta: Quando você começou a se montar, usava roupas emprestadas? Ou compradas por você mesma? Como foi?
Alexis Mateo: Quando comecei a fazer drag, minha mãe drag Alicia Markston, fazia minhas roupas e me ensinava a costurar ao mesmo tempo. Eu aprendi rápido com ela, já que desde pequeno gostava de artes manuais. Hoje em dia, faço tudo que uso.
PP: Em quem você se inspira na hora de montar os seus looks?
AM: Pego inspirações de todos os lados, mas a minha maior inspiração é a mulher latina. A mulher que tem curvas e é feminina. A que não é considerada uma modelo, mas é real. Como latino, meu corpo não é perfeito, mas gosto de trabalhar com a silhueta de uma mulher com curvas.
PP: Você já customizou uma roupa “masculina” para se montar?
AM: Muitos dos meus looks já foram personalizados para homens. Meu companheiro Jeffrey Kelly é um artista também, não é uma drag, mas sempre tenho a oportunidade de desenhá-lo. Inclusive fizemos parcerias com desenhos similares que ele criou.
PP: Você tem algo no seu guarda-roupas que poderia emprestar para uma mulher? Quais? Em quais situações?
AM: Tenho muitas coisas para mulheres. Na minha vida, sou treinador de concursos de beleza e muitas das meninas modelaram meus trajes de banho e de noite. Sempre gostei de desenhar vestidos de noiva, é um sonho meu.
Você pode seguir Alexis Mateo no Instagram em @miss_alexis_mateo.

Pesponto em Pauta: Quando você começou a se montar, usava roupas emprestadas? Compradas por você mesma? Como foi?
Kelly Mantle: Eu comecei a fazer drag como ator, no teatro. Então a maioria das minhas roupas sempre foram feitas por mim.
PP: E de onde você tira seus looks hoje em dia?
KM: Designers fazem para mim. E, às vezes, sou sortudo de achar alguma coisa já feita.
PP: Em quem você se inspira na hora de montar os seus looks?
KM: Eu sempre digo “a peruca depende do show”. Eu sempre tento servir o meu look para uma peruca específica. Eu também sou um camaleão, eu meu look está sempre mudando. Ultimamente, eu estou gostando muito nos designs do Haider Ackermann’s.
PP: Você tem algum modelo que o inspirou na arte drag?
KM: Eu fui inspirada por muitos. Eu acho que a Madonna continua sendo a primeira que me vem à cabeça.
PP: Quais são seus looks favoritos? E os menos favoritos?
KM: Eu tenho uma relação de amor e ódio com o meu vestido de bacon.
Você pode seguir Kelly Mantle no Twitter em @thekellymantle e no Instagram em @kellymantle.

Pesponto em Pauta: Quando você começou a se montar, usava roupas emprestadas? Compradas por você mesma? Como foi?
Rita Von Hunty: Minhas primeiras montagens foram garimpos do Brás, Zé Paulino e empréstimos de amigos.
PP: E hoje? De onde você tira os seus looks?
RVH: Faço, compro na internet, vou a brechós e customizo.
PP: Em quem você se inspira na hora de montar os seus looks?
RVH: Um apanhado de referências retrôs. Mas eu tenho minhas referências maiores nos anos 1930, 1940, 1950 e 1960.
PP: E quais peças que você mais usa para customizar?
RVH: Peças retrô, mas simples demais para um palco ou uma aparição.
Você pode seguir Rita Von Hunty no Instagram em @rita_von_hunty.
Por Isabela Salvetti e Isabelle Bulla